Outubro




Tive medo dos seus olhos me fotografando

Tive medo da sua procura

Das suas investidas, do seu jeito sincero


E eu que sempre fui assim

Que sempre quebrei a cara

Me fechei por medo


Reprimi uma intensidade que não me cabe no peito

Coloquei meus traumas na linha de frente

Pensando que esses tão frágeis, poderiam me proteger da minha própria guerra

Na verdade, eles me traíram

Tornaram-se parte dela


Senti o passado corroendo aquilo de mais bonito que me faz ser quem eu sou

Minha visão estava embaçada

Então quem eu sou agora?


Tentar encaixar os cacos de um copo quebrado abruptamente

E dizer que esta tudo bem, que só basta não tocar

Não é o bastante, eu não pareço o bastante 


Ainda me lembro da sensação do impacto 

Mas não tão dolorosa quanto sentir a morte na beira da praia

Antes eu me afogava

Hoje, me sinto asfixiada sem a maldita água


Eu me reencontrei no romantismo

Daqueles que riem e fazem chacota

Do tipo cartas de amor ridículas, de Fernando Pessoa

Ser ridícula tem suas vantagens 


Aprendi que ser careta, também é ser eu

Que dizer o que sente também é ser eu

Que eu não sou aquilo me fez mal

E que o mal que eu fiz, não faz parte de quem eu sou

Eu prefiro ter que sentir o que você sentiu


Pensar que não se merece algo, as vezes pode te fazer não merecer de verdade

O que me motiva é saber que, em uma conjunção constante, este fato foi irregularidade

E eu serei muito ridícula em ser esperançosa


E se por acaso, seu coração disser sim

Eu mostrarei tudo aquilo que tive medo de expor

Infelizmente, no princípio, você conheceu as ondas e a minha tempestade

Ao Invés da calmaria densa sobre mergulhar em mim 

Comentários

Postagens mais visitadas